Você alguma vez já parou e pensou o que significa o Orai e Vigiai que tanto se fala nas religiões? Pois é, se já, saiba que por aqui também! Então fique nesse post para tentar compreender mais sobre essa frase tão curta e tão crucial para a nossa ligação com o plano alto e divino!
O que tem nesse post?
Tópicos

O que será o “Orai e Vigiai” de verdade?
Tem dias que a gente até tenta… mas o pensamento foge, a oração trava e o cansaço parece mais forte que a vontade de se conectar.
Aí vem aquela vozinha teimosa: “Mas você não devia orar?”.
Pois é — foi num desses dias exaustão que me peguei pensando: o que significa realmente esse famoso “Orai e Vigiai”?
Durante muito tempo, achei que era uma frase de alerta — quase um lembrete severo do tipo “seja forte, não caia em tentação, não peque!” e claro: “Não esqueça de rezar todos os dias!“.
Mas com o tempo (e algumas crises existenciais no meio do caminho), percebi que há algo mais bonito e humano escondido ali.
O que se fala sobre…
No Evangelho, em Mateus, Jesus diz: — “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” Ele se refere a momentos antes de ser preso, pedindo para Pedro e os dois filhos de Zebedeu: – “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo“. Lendo é possível sentir a angústia desse momento, não é?
Voltando para o Livro dos Espíritos temos dentro do mesmo assunto, o tópico sobre a prece nas perguntas de 658 à 666:
A prece é agradável a Deus?
Livro dos Espíritos – Pergunta 658
“A prece sempre é agradável a Deus quando ditada pelo coração, pois a intenção é tudo para ele, e a prece de coração é preferível àquela que você pode ler — por mais bela que seja — se for lida mais com os lábios do que com o pensamento. A prece é agradável a Deus quando dita com fé, fervor e sinceridade, mas não creiam que ele fique tocado com a da pessoa vã, orgulhosa e egoísta — a menos que isso signifique de sua parte um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade.”
E também há uma explicação no livro Os Missionários da Luz, do lado de lá, de como a oração se torna visível.
Compreendi, uma vez mais, a sublimidade da oração e do serviço da Espiritualidade superior, na intimidade das criaturas. A prece, a meditação elevada, o pensamento edificante, refundem a atmosfera, purificando-a.
Os Missionários da Luz – André Luiz – Capítulo 5
O instrutor interrompeu-me as íntimas considerações, exclamando:
– A modificação, evidentemente, é inexprimível. Entre as vibrações harmoniosas da paisagem interior, iluminada pela oração, e a via pública, repleta de emanações inferiores, há diferenças singulares. O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe de imaginar. A rua, no entanto, é avelhantado repositório de vibrações antagônicas, em meio de sombrios materiais psíquicos e perigosas bactérias de várias procedências, em vista de a maioria dos transeuntes lançar em circulação, incessantemente, não só as colônias imensas de micróbios diversos, mas também os maus pensamentos de toda ordem.
Oração e Prece – Tem diferença?
Apesar de parecerem a mesma coisa, oração e prece não são exatamente iguais.
A prece é a forma — são as palavras, as frases que aprendemos e repetimos, como o Pai Nosso ou a Ave Maria. Elas ajudam a organizar o pensamento e a concentrar a fé.
Mas a oração é mais profunda. É quando a gente conversa com o Divino com sinceridade, sem decorar, sem fingir. É um diálogo de alma para alma.
Na oração, o que importa não é o que se diz, mas o que se sente.
Um exemplo disso é quando Jesus, antes de ser preso, falou com Deus:
“Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como Tu queres.”
Mateus 26:39 – (continuação do trecho descrito acima)
Ele não recitava nada pronto — Ele se abria, de verdade.
E é aí que mora a diferença:
A prece fala de Deus. A oração fala com Deus.
Como você Ora?
A verdade é que orar não tem nada a ver com decorar palavras bonitas.
É conversar com o Alto — mesmo que a única coisa que saia seja um “me ajuda a aguentar o dia”.
E tudo bem se a mente divagar entre um “Pai Nosso” e o que vai ter pro jantar. Penso que o que quer dizer realmente importante é a intenção, vibrar.
Li um trecho muito engraçado no livro do Robson Pinheiro que dizia exatamente sobre isso. E vou compartilhar o trecho:
Ao fazer minhas preces — quando elas são longas, duram 30 segundos, pois detesto ficar rezando demais —, minha oração é direcionada ao trabalho em geral. Deito à noite e digo: “Senhor, tu sabes, então, não preciso falar, né? Tchau, vou dormir”. Brinco muito com isso, mas costumo falar: “Eu me coloco como instrumento das forças do bem e da luz. Vocês determinam o que vou fazer, por favor? Não quero que as coisas sejam do meu jeito; se estou aqui para doar energia, estou pronto para doar; se estou aqui para desdobrar, para mim é melhor que não me recorde de nada, assim vou trabalhar tranquilo amanhã; se acharem que devo lembrar de algo, ótimo também — vocês têm a sabedoria para isso”.
Se quiser, pode encontrar ele aqui.
Então, ao final do dia, mudei de estratégia. Ao invés de rezar o Pai Nosso e Ave Maria, conto como foi o meu dia, agradeço pelos acontecimentos bons e peço o entendimento pelos ruins e serenidade para passar por eles com sabedoria.
Falando em gratidão, sabia que a gratidão verdadeira pode ser muito mais do que o obrigado? Existe uma forma que a gratidão conecta com os mentores, se interessar, escrevi sobre ele aqui.
Na física, energia é aquilo que se manifesta em movimento. Na espiritualidade, é o que nos move por dentro. A oração é o movimento da alma voltando à sua frequência natural — de amor, serenidade e presença.
E o vigiar?
“Vigiar” não é viver em alerta ansioso, que hoje em dia a maioria das pessoas já o faz — é observar-se com honestidade, mas também gentileza.
Perceber quando o pensamento começa a azedar, quando a emoção sobe demais, quando o orgulho quer tomar o volante.
É nesse momento que o “vigiai” atua: trazendo a consciência antes da ação.
Como disse Santo Agostinho no Livro dos Espíritos, questão 919:
“Conhece-te a ti mesmo.”
Essa talvez seja a vigília mais profunda que existe — porque vigiar a própria sombra também é um ato de luz.
Gosto de pensar que orar é abrir o canal, e vigiar é mantê-lo limpo.
Um é conexão, o outro é manutenção.
Um é fé, o outro é a consciência.
Quando a gente junta os dois, cria um estado de presença espiritual — uma forma de estar no mundo sem se perder dele.
Como se vigiar?
Sabemos que erramos — e como erramos, né? 😅
Mas o segredo está em perceber o erro antes que ele vire um hábito.
Numa situação estressante, ao invés de xingar ou reagir no impulso, tente parar e se perguntar:
“O que foi que realmente me tirou do equilíbrio?”
Leve em consideração a resposta antes de qualquer atitude.
Vale a pena o estresse? Vai mudar algo?
E, principalmente: o que posso fazer para não me sentir assim da próxima vez?
Quando isso acontecer, tente parar por um instante. Respire. Observe-se.
O vigiar, na prática, não é vigiar o mundo — é vigiar a si mesmo com gentileza.
É ter a coragem de se olhar sem se julgar, de perceber quando o orgulho, a raiva ou o medo tentam tomar o volante.
Porque, no fim, vigiar é só isso: se perceber a tempo de escolher diferente.
E quando a gente não consegue orar?
Tem dias que simplesmente não vai! E não adianta forçar: oração não é performance. Acredito que nesses dias, até o silêncio é prece.
Um pensamento bondoso, um gesto sincero de gratidão, um sorriso ou até o olhar para o outro com ternura já valem como “oração” (afinal isso é fazer o bem simplesmente por fazer o bem). A espiritualidade não exige que sejamos anjos, só que não esqueçamos que também somos feitos de luz — mesmo quando ela parece apagada.
Perguntas Frequentes (FAQ)
O que significa “Orai e Vigiai” na visão espírita?
No espiritismo, significa manter a sintonia elevada por meio da oração, enquanto se observa e controla pensamentos e emoções — uma forma de autodefesa energética e moral.
É pecado não orar todos os dias?
Não. O que importa é a sinceridade, não a frequência. Há muitas formas de oração e você só precisa encontrar seu modo.
Como vigiar os pensamentos no dia a dia?
Pratique pequenas pausas. Respire antes de reagir. Observe sem julgar. A vigilância espiritual começa na autoconsciência e no desenvolvimento de novos padrões de hábitos.
Conclusão
Muitas vezes ao orar me sentia como uma pedinte, sabe? Já se sentiu assim?
Mas, sabia que o Livro dos Espíritos podem nos dar uma forma diferente de enxergar essa conexão, principalmente com os mentores (que estão bem mais perto de nós do que imaginamos). “Não temam por nos incomodar com suas questões. Ao contrário, procurem estar sempre em relação conosco: vocês ficarão mais fortes e mais venturosos.”
Seguindo esse conselho, que tal começarmos a desenvolver a oração a todos os momentos do dia? Quando as coisas ficarem ruins, que consigamos nos lembrar disso.
E você, como é sua oração?