Em algum momento, sendo espiritualistas, já passou aquele tipo de pergunta – será que somos elevados, espiritualmente falando? Será que você também já se perguntou? Se sim, saiba que você não está sozinha (o), então acompanhe esse post e tire suas dúvidas! Afinal, como seria ter a espiritualidade elevada?
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Todo mundo que se interessa por espiritualidade já se fez essa pergunta em algum momento: Será que eu sou evoluído?
Pode ter sido depois de uma autoanálise em uma meditação, de uma atitude que julgamos correta, de um sinal “do além” que nos fez sentir especiais… ou, quem sabe, num instante de comparação silenciosa com alguém que parece estar “menos desperto”.
E, olha, não há nada de errado em se perguntar. Mas talvez essa pergunta já seja, por si só, um alerta.
Foi isso que me ocorreu enquanto relia uma parte do livro Missionários da Luz, de André Luiz.
Nela, uma mensagem espiritual é transmitida durante uma reunião mediúnica.
Os encarnados — incluindo a família do espírito comunicante — acham a mensagem “simples demais” para ter vindo do plano espiritual. Julgam. Duvidam.
E, do outro lado, os mentores observam com compaixão a desconfiança dos que recebem, depois de todo o trabalho sutil que foi necessário para que aquela comunicação acontecesse.
Eles não sentem raiva. Nem orgulho ferido. Só compreendem o quanto o ego humano ainda precisa aprender a escutar.
E foi aí que eu percebi! Percebi como o nosso orgulho espiritual pode ser mais comum do que a gente imagina. E o mais perigoso: ele pode se disfarçar de humildade, sabedoria, ou discernimento.
Mas isso é só o começo. Agora quero compartilhar o que, pra mim, é ter — e ser — espiritualidade elevada.
Como identificar um espírito em processo de elevação?
Você já olhou para uma pessoa e sentiu uma paz genuína, uma calma que preenche o ambiente? Não era alguém em um pedestal, não alguém falando difícil sobre o universo, mas sim alguém que demonstrava uma calma simples e um brilho diferente no olhar.
A gente tende a associar a elevação espiritual a grandes feitos, a conhecimentos complexos ou a um comportamento impecável. Mas e se a verdadeira elevação estivesse bem na nossa frente, na simplicidade do dia a dia?
O que é ter a espiritualidade elevada?
Primeiro, vamos desconstruir a ideia de que a elevação é um ponto final, um destino onde você chega e pronto. Sempre é um processo de aprimoramento contínuo, e até onde ela vai? Só Deus sabe...
De acordo com a doutrina espírita, a elevação de um espírito se dá pelo desenvolvimento da sua moralidade, inteligência e capacidade de amar. A verdadeira medida não está em ter poderes ou em saber tudo, mas em como você vive e se relaciona com o mundo.
Afinal, a gente sabe que os Espíritos Puros e bons descritos na espiritualidade são aqueles que alcançaram a perfeição moral. Mas aqui na Terra, no nosso estágio, essa elevação se revela de formas mais sutis e acessíveis a todos.
Os sinais que a simplicidade revela

Vamos olhar para algumas características que indicam que um espírito está em um caminho mais elevado, sem julgamentos, apenas com observação.
- A alegria genuína com o sucesso dos outros: A gente sabe que o ego adora a competição, mas um espírito que está se elevando sente uma alegria real e sincera com a conquista do outro, sem inveja ou comparação. É a felicidade que brota do coração.
- A caridade silenciosa: Não é o ato que é filmado, mas a ajuda discreta, aquela que ninguém vê, o gesto que vem do coração. A caridade, na sua forma mais pura, é o desejo de aliviar a dor do outro sem esperar nada em troca, e acima de tudo: sem ninguém saber a respeito. Dividir o que se tem, mesmo que você não tenha para o amanhã.
- A calma diante do caos: Essa pega todo mundo, ein! Em meio a um problema, enquanto todos se desesperam, manter a serenidade. Não por indiferença, mas por uma fé profunda e a confiança de que tudo tem um propósito maior. E que tem alguém, velando, que vai amparar nos piores e nos melhores momentos: sempre!
- O amor que se estende a todos: Aquela capacidade de perdoar, de entender o erro do outro sem julgar e de estender a compaixão a todos, independentemente de quem sejam. Não me refiro aos que julgamos “serem bonzinhos” e aceitar tudo, mas ser humano e empático com a situação e as limitações em que o outro se encontra em sua trilha de evolução. Afinal, quem é mocinho para alguns, pode ser vilão para outros…
- A humildade de aprender: Não se sente “dona da verdade”. Ela está sempre aberta a ouvir, a aprender com os mais simples e a reconhecer que sabe muito pouco. Apesar de saber muito! E a busca pelo conhecimento se dá pela curiosidade, não pela vaidade.
- O cuidado com a vida: A elevação se mostra no respeito e no amor por todos os seres vivos, desde a pequena planta, o inseto, o animal mais indefeso e se estende a todos sem distinção.
- A paz interior: A sensação de estar em paz consigo mesmo, sem precisar de aprovação externa ou ter algo material. E muito além do minimalismo. É um estado de espírito que irradia calma para o ambiente e para as pessoas ao redor.
Será que é relevante?
Talvez o verdadeiro desafio da evolução espiritual não esteja em reconhecer sinais “de quem é mais”, mas em perceber o peso invisível do próprio julgamento.
Você já esteve em uma roda de conversa espiritual e pensou, mesmo que por dentro:
“Essa mensagem parece meio fraca…”;“Esse médium parece meio desequilibrado…”;
“Acho que fulano ainda não entendeu nada de espiritualidade…”
Eu já, e você? Mas talvez seja justamente aí que mora o ponto. Porque o ego adora se vestir com os panos da luz. Adora achar que sabe mais, que sente mais, que enxerga melhor.
E quanto mais ele se disfarça… mais difícil é perceber que ele ainda está ali — sutil, mas presente. Sabe?
A dúvida como sinal
Por isso hoje penso que a pergunta “sou espiritualmente evoluído?” não precisa de uma resposta. Pois quando formos, muito provavelmente nem vamos querer saber se somos ou não: só seremos.
Porque talvez o verdadeiro sinal de maturidade espiritual não esteja nas certezas… mas na dúvida sincera.
Na abertura para aprender.
Na disposição de reconhecer quando julgamos.
E na coragem de admitir que ainda não sabemos. e não somos evoluídos o suficiente. Ao menos não – ainda!
É tentador buscar listas de “sinais de evolução espiritual”. (É normal — somos humanos e gostamos de mapas.)
Mas talvez os verdadeiros sinais estejam no invisível do nosso sentir.
- Na compaixão silenciosa.
- No julgamento que não se manifesta.
- Na empatia que escuta sem corrigir.
- No silêncio diante da vaidade espiritual.
E tudo isso… nasce da dúvida. Da humildade de saber que ainda temos muito a caminhar.
E de respeitar os caminhos dos outros, mesmo quando parecem diferentes dos nossos olhos.
Conclusão
Então, se você está se perguntando se é espiritualmente evoluído… Na minha opinião, a resposta não vai vir com uma luz brilhante nem com um título.
Ela pode vir no silêncio. No carinho inesperado de alguém que mal conhecemos. Na oração sincera que nos alcança sem que a gente sequer saiba de onde veio.
Como aquela que André Luiz recebeu de uma paciente simples — alguém que ele, no passado, mal tinha notado. E, no entanto, foi essa prece que o fortaleceu.
Talvez a verdadeira evolução não esteja nos dons visíveis… mas na forma como tocamos a vida dos outros — mesmo sem perceber.
E se for assim… talvez a dúvida também seja uma forma de luz.
E, pra você? O que é ser evoluído espiritualmente?