Exu: ele é do bem ou do mal?

Spoiler: tudo que você achava que sabia pode estar errado.
Muita gente teme até ouvir seu nome — mas será que sabe quem Exu realmente é?
Neste post, vou falar com simplicidade e clareza sobre quem é o Exu, o que ele faz, porque continua sendo tão mal interpretado e muito mais.

Quantas vezes confundimos aparência com essência?

Nem tudo o que é bonito é realmente bom. E nem tudo o que é sombrio é necessariamente ruim.
Assim é Exu: um espírito de força, verdade e justiça. Um Guardião que caminha nas sombras a serviço da luz.

Segundo O Livro Essencial da Umbanda, de Ademir Barbosa Júnior – você pode ver ele aqui:

Parece um pouco vago? Calma, vou tentar esclarecer melhor as coisas. ☺️

Quem é o Exu, afinal?

Quando ouvimos falar de umbral ou inferno, é comum pensarmos que quem está lá é porque “merece” ou é uma alma ruim, não é? Mas… e se não for bem assim?

Pare e pense:
Você seria capaz de ir a esses lugares para resgatar alguém que ama? Iria, mesmo sabendo dos riscos, da dor, das energias densas, do mal que poderia acontecer com você nesse processo? (Essa reflexão muda tudo.)

Pois é exatamente isso que Exu faz.

Exu é “um” guia que caminha entre as sombras — não porque pertence a elas, mas porque tem coragem e poder suficiente para transitar onde muitos não conseguiriam. Ele atua como um agente espiritual a serviço da Lei divina, ajudando consciências a reencontrar o caminho, mesmo nos recantos mais escuros do astral.

Tive um novo olhar sobre tudo isso ao ler o livro “O Guardião da Meia-Noite”, de Rubens Saraceni — uma obra envolvente, daquelas que a gente lê num piscar de olhos. Você pode comprar nesse link.

Segundo o autor, um espírito que havia cometido muitos erros decidiu se redimir servindo à luz a partir das trevas.
Ele começou a trabalhar nas regiões densas, ajudando espíritos perdidos e fazendo valer a Lei de Deus — mesmo que isso não fosse visível aos olhos humanos.

Esse espírito se tornou o Guardião da Meia-Noite. E passou a ser chamado de Exu. O Senhor Obaluaê, ou Senhor dos Mortos, o marcou como Exu da Meia-Noite.

Mais tarde, treinou outros espíritos que seguiram seu exemplo, formando sua falange. Hoje, existem muitas falanges de Exus, cada uma com uma função específica dentro do equilíbrio espiritual.

O que é essa tal Lei?

No meio espiritual, a Lei não se refere às leis humanas.
Ela está ligada aos princípios de causa e efeito, merecimento, equilíbrio energético, correção de desvios, acordos de alma e justiça cósmica.

Exu é o guardião e executor dessa Lei, especialmente nos territórios onde há desordem: vícios, ilusões, obsessões, injustiças. Ele não pune — ele devolve. Se alguém envia uma energia negativa, por exemplo, ele apenas acelera o retorno conforme a Lei determina.

Por isso, muitos confundem sua atuação com “castigo” ou “vingança”, quando, na verdade, ele apenas faz com que a consequência retorne ao ponto de origem.

Qual é o trabalho do Exu?

Se tiver interesse no livro Umbanda de A a Z – de Ramatís, veja aqui.

Por que o Exu se manifesta com a aparência assustadora?

Muitas das características foram associadas com o passar do tempo por várias influências, sejam elas pela demonização religiosa e crendices populares, até por “clarividentes” que viam os Exus dessa ou daquela forma, algumas crenças se enraizaram tão profundamente que influenciaram até o imaginário de como a entidade “deve” ser ou agir.

Ao contrário do que possa parecer, o Exu não é um demônio, mesmo quando se apresenta com características visuais amedrontadoras.

Ele se manifesta de acordo ao local onde ele está, se ele precisar trabalhar em áreas umbralinas, ele adotará o arquétipo com elementos visuais impactantes — caveiras, tridentes, capas escuras, olhos brilhantes, fumaça, fogo, símbolos de cemitério ou encruzilhada — porque: ele guarda as fronteiras e para guardar essas passagens, ele assume formas que intimidam quem tenta ultrapassar sem permissão.
Seu visual não é feito para assustar os justos — é para proteger os portais.

É necessário enxergar além das aparências.

Exu é do bem ou do mal?

Ele não é nem “bem nem mal” no sentido cristão. Posso dizer que se você acha que um Exu é do mal, com absoluta certeza ele não é Exu.
Vou fazer uma analogia um tanto boba, mas aqui vai… Sabe quando seu filho está com febre e você dá um remédio extremamente ruim, que ele não quer, mas você força para ele melhorar? Aos olhos do seu filho, pode parecer que você é alguém ruim, mas muito ao contrário você faz porque sabe que é o bem dele, para melhorar. Podemos dizer que a atuação do Exu pode se similar a isso. Algumas atuações parecem ruins, mas apenas se olharmos do ponto de vista superficial.

E se você cruzar com algo que se apresenta como Exu e faz o mal conscientemente… pode ter certeza: não é Exu.

Conclusão

Hoje, quando falamos em Exus, estamos nos referindo a esses Guardiões espirituais: seres conscientes, justos e profundamente comprometidos com o equilíbrio entre os mundos.
Eles não são “maus” — eles são fortes. Não são “demônios” — são guardiões da verdade que poucos têm coragem de encarar.

Espero que esse post tenha desmitificado um pouco sobre sua visão dos Exus.
E você, me diga: o que você pensava sobre Exu antes de ler até aqui? Já teve alguma experiência, visão ou curiosidade sobre esses grandes Guardiões da espiritualidade?